quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Café Royal II

Obrigado

Sou filho da revolução, nunca vivi a ditadura. Não sofri o autoritarismo, a censura, a PIDE, a tortura, o exílio… nestes quarenta e dois anos a minha vida foi feita com liberdade e em democracia. Devo-o, para além dos militares de Abril e dos muitos outros homens e mulheres que ajudaram a fazer nascer o Portugal democrático, a um homem que se destacou dos demais. Pela sua enorme coragem e frontalidade, pela sua sagacidade e inteligência política. Pela rara capacidade de perceber o tempo, o momento político, e saber estar no lado certo da História. Pela permanente luta pelos valores fundacionais do socialismo e pelo que de mais essencial há na visão humanista da vida – as liberdades e a defesa, permanente, intransigente e perseverante, da igualdade e da fraternidade. Esses valores antigos, mas ao tempo tão esquecidos, foram tornados contemporâneos, no Portugal amordaçado de então, pela sua visão e acção política. Devo-lhe, devemos-lhe todos, essa dádiva frágil, principio de quase tudo, chamada: Liberdade. Do ponto de vista pessoal a sua presença foi sempre uma constante na minha vida.
Pela Liberdade, pela Democracia, pelo exemplo humano, obrigado Mário Soares.

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