quinta-feira, 21 de fevereiro de 2019

Café Royal CXII

Da vã censura

Na semana passada, um canal de televisão revelou um alegado caso de favorecimento, na venda do Pavilhão Atlântico, a um conhecido empresário de festivais de música que, dá-se o caso, é, também, genro de Cavaco Silva. Este caso seria amendoins ao pé do fervor vendilhão do governo de Passos Coelho, que até a EDP vendeu aos chineses. Porém, o facto de a Ministra responsável por tal alienação ser Assunção Cristas torna-o relevante à luz da política de hoje, em que a Direita portuguesa se vê a braços com uma luta de poder inédita, pontuada por várias forças políticas, longe dessa hegemonia bicéfala entre PPD e o “partido do táxi”. Confrontada com este caso mediático, que lhe poderia fazer mossa em plenas pré-campanhas eleitorais, Cristas fez uma fuga para a frente e apresentou uma Moção de Censura ao Governo, que foi absolutamente vazia, fútil e irrelevante. Este é apenas mais um triste episódio na já longa novela do descrédito do nosso sistema político-partidário, com partidos cada vez mais autocentrados e preocupados exclusivamente com a sua sobrevivência de curto prazo. Resta saber quando e como é que o eleitorado vai, finalmente, reagir à cupidez dos partidos políticos…
 

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