quinta-feira, 4 de abril de 2019

Café Royal CXVIII


Transparência

Já aqui há uns meses referi uma Comissão Parlamentar da Assembleia da República que, após 1000 dias de trabalho, tinha chegado a 0 de legislação produzida. Isto apesar de, na sua constituição, em Abril de 2016, lhe terem sido dados 180 dias para apresentar conclusões. Se dissermos que o âmbito de trabalho da referida Comissão era, nem mais nem menos que, o Reforço da Transparência no Desempenho da Cargos Públicos e Políticos, talvez se perceba a dificuldade das Sras. e Srs. Deputados em elaborar sobre tão difícil e intrincada matéria. Mas, finalmente, na passada semana, depois de um sem número de adiamentos, e não sem antes aprovar um novo prolongamento, a dita Comissão lá votou na especialidade, um conjunto de cómicas, não fossem tristes, alterações ao chamado pacote de leis da transparência. Entre outras coisas, os partidos com assento na Comissão decidiram: que não é incompatível a um deputado pertencer a sociedades de advogados; que só é necessário o registo de prendas aos titulares de cargos públicos ou políticos acima de 150€; e, ainda, cereja no topo do bolo, que o registo dos lobbyistas não os obriga a mencionar para quem fazem esse lobbying!  


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