quinta-feira, 25 de abril de 2019

Café Royal CXXI


Da maturidade

Com 45 anos, feitos hoje, a pergunta que se impõe é se a nossa Democracia atingiu, ou não, a maturidade? Terá, o País, alcançado o desiderato da constituinte de uma “sociedade livre, justa e solidária”? Descolonizamos. Construímos a base de um Estado Social, com educação, saúde, protecção social, universais. Garantimos os princípios básicos da liberdade de opinião e de associação. Mas, chegados à meia-idade, falhamos, se calhar, no essencial – “a realização da democracia económica, social e cultural e o aprofundamento da democracia participativa”. Vivemos na ditadura da partidocracia, em que a teia obscura dos interesses económicos se confunde com os interesses dos agentes políticos. Os partidos aproveitam-se do Estado, meramente para se perpetuarem no poder, no frenesim dos ciclos eleitorais e ignoram o fundamental: a emancipação efetiva dos cidadãos, o seu desenvolvimento económico e social e a construção de uma sociedade, realmente, inclusiva e próspera. Esta “democracia” é, hoje, como aqueles “jovens” que se vão deixando ficar em casa dos pais, bem para lá do fim dos estudos, saltitando precariamente entre empregos, vivendo de salários mínimos e outros esquemas, como a prostituição dos “recibos verdes”, nunca chegando, verdadeiramente, a ser livres…


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