quinta-feira, 30 de abril de 2020

Café Royal CLXXII


O novo normal

Depois de ter aprisionado a generalidade dos cidadãos e destruído as bases da nossa economia, quem sabe se permanentemente, o Estado prepara-se para seguir caminho neste maravilhoso novo mundo da pandemia global, só que agora com um bocadinho mais de desigualdade. Acoberto do manto da ciência e da opinião dos “especialistas”, em regime de cerca policial e sob o atento olhar electrónico do interior de cada telemóvel, o Governo vai designar, arbitrariamente, é claro, o onde e o como, o quem pode e o quem não pode, do mais básico das nossas vidas. Novos e velhos, doentes e saudáveis, rurais e urbanos, ricos e pobres, poderosos e descamisados, os confinados e os de livre trânsito, cada um para o seu lado desde que todos devidamente mascarados. E a isto, que afinal não passa de ditadura da higienização e de fascismo sanitário, chamam eles o “novo normal”. O que o país precisa não é de mais isolamento, mas de mais solidariedade, não é de confinamento, mas de cuidado. O que precisamos é de proximidade, de afecto, é de humanismo, não é de autoritarismo. O país não precisa de uma sociedade sanitária, mas de uma sociedade sã!


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