quinta-feira, 7 de junho de 2018

Café Royal LXXV

A doença

O fim era tão inexoravelmente previsível que quando a notícia surge a gordas já não provoca espanto. “SINAGA vai ser arrasada e espaço deverá ser loteado” dizia a manchete. Os Açores sofrem, desde sempre, de uma doença crónica: a “síndrome do desenvolvimento sustentável”. Todos os estudos são unânimes em apontar a diversificação, a especialização e produtos de valor acrescentado como o único caminho a seguir. E estas “guidelines” são válidas para todos os sectores. Seja no Turismo, na Agricultura, na Ciência ou na Cultura. Mas, o que o fim dantesco da saga da SINAGA vem provar é que a Região, como um todo, não é capaz de seguir nenhuma delas. Não soubemos diversificar, não soubemos criar valor acrescentado e vamos arrasar uma indústria histórica para construir uma urbanização incaracterística, num gesto de completo e inadmissível desrespeito pelas pessoas, pela memória e, acima de tudo, pelo Futuro. Citando Joni Mitchell, pavimentaram o paraíso e construíram um parque de estacionamento. Provavelmente até terá uma rua com os nomes dos responsáveis por esta política em que tudo é descartável…
 

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