quinta-feira, 30 de julho de 2020

Café Royal CLXXXV

A Enfermaria

Tirando os benefícios de lavar ou desinfectar as mãos com frequência, pouco há, sobre esta malfadada pandemia, que gere consenso na comunidade científica. Por esse mundo fora, médicos e epidemiologistas debatem-se com mais dúvidas do que certezas. Mas, nos Açores a Autoridade de Saúde acha-se detentora da mais alta sabedoria e das melhores e comprovadas “boas práticas”, alardeando-se mesmo o epiteto de salvadora das ilhas do infecto bicho. Mesmo que o seu único remédio para a contenção da pandemia seja recusar-lhe o visto de entrada. Porém, incapaz de mandar suster a vida, a Autoridade de Saúde Regional entretém-se a ordenar a detenção de todos os desafortunados cidadãos que, por azar, se sentam no lugar errado do avião. E ainda se lamenta, com inaudita arrogância, da interferência abusiva dessa coisa maçadora chamada Estado de Direito na sua cruzada abnegada em prol da saúde-pública. Desde os idos de Março que nos Açores vivemos, por resolução do governo, sob a égide do fascismo sanitário e nas mãos de quem vê no confinamento e no “isolamento profiláctico” as grandes armas de combate à doença e que acha que o mundo todo não é mais do que uma imensa enfermaria.

in Açoriano Oriental


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