Em poucas horas a ilha da Madeira foi acometida pelo Terror. Um dilúvio... bíblico, como se um castigo. Como se aos olhos da Natureza a única medida do homem fosse a impotência e o choro. Perante o que sucedeu na Madeira, impõe a dignidade que saibamos guardar os raciocínios culpabilizadores, que se contenham as sentenças, que se respeite, nem que por poucos momentos, a dor. Na voragem da notícia e no maniqueísmo actual dos certos e dos errados, em plena tragédia surgiram as vozes gritantes da censura dos actos, dos planeamentos, das escolhas, num bombardeamento político absolutamente terrorista. É lancinante constatar que na nossa sociedade existem aqueles que nem perante a natureza e a morte sabem pousar as espadas. Independentemente do que possamos pensar sobre os nossos adversários, ou opositores, nada lhes pode retirar a humanidade sob pena de nós próprios nos tornarmos nos algozes. Por outro lado, há uma imensa arrogância em pensar que a racionalidade humana se pode opor ao poder magnânimo das forças da natureza. Convêm dizê-lo de forma clara – em 1755 a culpa não foi de D. José, ou do Marques, ou da chacina dos Távoras. Em Angra, em
85 80*, não nos preocupou os planos de ordenamento de Mota Amaral. Não é agora, que por ser Alberto João Jardim e o seu séquito, que devemos por a baixa política acima do humano.
* obrigado ao
Guilherme pelo olhar atento.