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Estive, feliz ou infelizmente, durante quatro anos na
Assembleia Municipal de Ponta Delgada como vogal da bancada do PS. Entre muitos
episódios, uns mais caricatos do que outros, alguns até do foro pessoal, próprios
de quem está numa assembleia em franca minoria, uma das coisas que durante
aquele tempo mais me intrigou foi o absoluto desconhecimento que os eleitores
do concelho tinham da verdadeira Berta Cabral. Era como se existissem duas
Bertas. Quem andasse na rua só ouvia elogios à senhora, que era muito boa,
muito competente, que fazia coisas e que mais isto e mais aquilo. Mas quem,
como eu, se sentava naquela Assembleia e assistia ao estilo chineleiro da Sra.
não podia deixar de se espantar com essa dicotomia entre a Berta “pública” e a
Berta “privada”. Mesmo durante as campanhas eleitorais autárquicas a Berta “pública”
conseguia sempre sustentar a mascara da simpatia e afabilidade, não tendo nunca
os eleitores do concelho de Ponta Delgada percebido que a verdadeira Berta, a
Berta “privada”, é uma pessoa intrinsecamente irascível e demagógica, que não
olha a meios para atingir os seus fins, em particular quando acossada. Afortunadamente,
para todos nós, nesta campanha eleitoral a verdadeira Berta Cabral – grosseira
e populista – veio ao de cima e mostrou-se ao povo em todo o seu esplendor. Finalmente
a mascara caiu, a mulher que vimos nesta campanha é que é a verdadeira Berta
Cabral, uma mulher que para atingir os seus fins é capaz de desmerecer o património
histórico do seu partido não apresentando candidatos pelo Corvo, que é capaz de
prometer tudo e mais alguma coisa, mesmo coisas que quando teve responsabilidades
de o fazer não o fez como é o caso das destravadas promessas sobre as tarifas da SATA, que renega
Passos Coelho como Pedro renegou Jesus, ou que é capaz de dizer coisas destas: "Aceitem
as ajudas do Governo" mas "votem na mudança, que o voto é secreto”.
Provavelmente, este triste espetáculo seria suficiente para votar em
consciência, mas nem é preciso ponderar o voto por não se querer que Berta Cabral
ganhe (como tenho neste dias ouvido sucessivamente por aí), basta olhar e ver
que tanto os candidatos e o projeto do PS, como e principalmente o próprio
Vasco Cordeiro, quanto mais não fosse pela sua imperturbável retidão, inspiram
muito mais confiança. É, também, disso que a região precisa para Ganhar o
Futuro – confiança.