Honestidade.
Sobre essa interessantíssima polémica dos dramas da
Contratação Pública, e pondo de lado o despedimento sem justa causa do
presidente do Tribunal de Contas, há uma ideia simples que gostaria de partilhar.
Quem quer que já tenha trabalhado de perto com a gestão da coisa pública sabe
perfeitamente que, em matéria de dinheiros, o problema em Portugal, ao
contrário do que nos querem impingir Marcelo e Costa, não é a burocracia. As
verdadeiras hérnias do sistema, ainda para mais num país pequeno e pobre como o
nosso, são a falta de firmeza moral de quem decide, conjugada à elasticidade ética
dos advogados que aconselham e que são, como ensina Ambrose Bierce, no seu delicioso
Dicionário do Diabo, indivíduos especializados em contornar a lei, somadas, por
fim e lapidarmente, a uma Justiça que ou não atua ou atua tarde. E, se há coisa
que o CCP tentava fazer era pôr ordem nesta trapalhada toda. Num sistema limpo,
para não dizer num país civilizado, o CCP nem sequer seria preciso. Bastava honestidade
no serviço público e celeridade na punição judicial. Mas em Portugal, como
sabemos, tanto a justiça como o erário público são farta mercadoria e a honestidade,
infelizmente, matéria escassa…
2 comentários:
Já leste o livro do Woody Allen :)
Estou no início a História de Espanha do Pérez Reverte meteu-se pelo meio... ;-)
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