Das eleições
Ao contrário do que nos diz o vulgar jargão partidário, a escolha a que somos chamados domingo não é por um presidente de governo, nem mesmo, na pura exactidão do voto, pelos 57 homens e mulheres que irão compor o próximo parlamento. Estas eleições deviam ser uma escolha pelo que queremos que os Açores sejam no futuro. Pela afirmação de uma ideia de arquipélago, da sua unidade, a sua identidade e, também, da sua posição no todo do país, da Europa e do Mundo. Uma escolha pelo sonho que cada um de nós possa ambicionar para si e para os seus e para estes nove pedaços de terra que nascem isolados do centro do grande lago atlântico. 44 anos depois das primeiras eleições em autonomia aquilo que somos chamados a sufragar, com o poder do voto, devia ser a nossa própria condição de açorianos. Homens e mulheres livres, capazes, unidos num desígnio de prosperidade, de equidade, de luta fraterna por uma sociedade mais justa, menos corrupta e desigual, desenvolvida e civilizada, que se afirme como um bastião de defesa do bem-estar social e ambiental e que, acima de tudo, se erga, sem receio, sobre a mancha sombria do medo, da pobreza e da indiferença. A escolha devia ser pela Utopia, que é, na verdade, a melhor expressão da condição insular.
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