Foi esta a expressão
escolhida por Marcelo para marcar a sua mensagem de ano novo. Reinvenção do
futuro, é o que o presidente vem pedir ao país, em particular ao atual governo,
ungindo-se de um caracter messiânico, qual D. Sebastião soerguendo-se das chamas
de um país calcinado. Olhando 2017 há, de facto, uma sensação profundamente
amarga de um país bipolar. Por um lado, um Terreiro do Paço capaz das maiores
façanhas políticas e financeiras. Por outro, todo um país deserto, envelhecido
e carbonizado. A invectiva a uma regeneração que vá para além da mera
reconstrução contabilística ou de engenharia civil parece, sem sombra de dúvida,
um imperativo nacional. Mas onde S.Exa. o Presidente da República falha é na
necessária contrição pública pelo que ficou para trás e nas suas próprias
responsabilidades, seja como político, seja como pitonisa televisiva. O sistema
politico partidário português, saído de Abril, degenerou numa rede sub-reptícia
de aproveitamentos privados, abstraindo-se, totalmente, daquilo que o país é e
precisa. Talvez a maior reinvenção que seja preciso fazer hoje, em Portugal, é
de políticos e de políticas, regenerando-se algo tão simples como o interesse
público. Mas, para isso, não chega tirar selfies e cultivar os afectos…
Um Governo sem rumo e sem ambição
Há 1 hora
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