É sabido que existe um
clima de elevada acrimónia entre políticos e jornalistas, entre os media e
governos. E a coisa piora quando o governo é de esquerda e a comunicação social
de direita. Mas, muitas das vezes, nem tudo é como é noticiado, nem tudo o que
realmente é decido pelos políticos e governantes é como parece. Mas, também,
não deixa de ser verdade que são os próprios políticos e governantes que se põem
a jeito, levando-nos a todos à beira da suspeição, para não dizer do desespero.
O mais recente episódio foi o da lei de financiamento dos partidos, alterada em
reuniões à porta fechada, sem atas nem registos. De uma assentada os partidos
com acento parlamentar na Assembleia da República, com exceção de PAN e CDS,
aprovaram mais um rol de medidas para tornar ainda mais escandalosa a sua vida
financeira. Ele é isenções, financiamentos sem limite nem fiscalização e todo
um outro conjunto de benesses e prebendas, enquanto que ao cidadão comum a
Autoridade Tributária penhora sem dó nem piedade por dívidas de meio tostão. E
tudo isto é aprovado em vésperas de consoada, na esperança pútrida de que entre
o peru e o bacalhau o eleitor não dê por nada. Talvez os políticos queiram
mudar o velho ditado para: “é Natal, ninguém leva a mal…”
in Açoriano Oriental
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