Metáforas
Há uma clara metáfora no facto do congresso do PSD-Açores se
ter realizado na ilha montanha. É como se a mágica ilha do Pico representasse, afinal,
o árduo caminho que Bolieiro terá de fazer até ao ambicionado cume do Shangri-la
de Santana. Escolha consciente, ou não, a verdade é que as montanhas são símbolos,
presentes nas mais variadas culturas e tradições e, em particular, na nossa. O Olimpo,
morada de Zeus. O monte Ararat onde a arca de Noé se suspendeu após o esvair do
dilúvio. Sinai, onde Moisés recebeu os mandamentos. Ou, os Sermões da Montanha,
seguramente tão próximos de Bolieiro, que não na forma, pelo menos no tom. E, essa
mítica montanha de Maomé, que não sabemos se veio, ou se foi. A montanha do Pico
ficará, assim, marcada na jornada política de Bolieiro. Ao mesmo tempo, na
Lagoa, as cúpulas do PS-Açores reuniram-se em jornadas autárquicas, de costas
voltadas para a força do mar, que irá, a breve trecho, obliterar mais uma inútil
betonização de um património que devia ser de todos nós. Autêntica metáfora
essa para o poder, que é de nós todos, de não permitir a entronização dessa putativa
dinastia que aparenta querer tomar conta do partido e dos Açores.
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