Da sacanagem
O povo brasileiro, que é uma espécie de português, mas
melhorado, tem um ditado delicioso que reza assim: “rico saca, pobre saqueia
e político sacaneia…”. Indo na mesmo toada e vendo o pagode regional, dá
vontade de dizer que estas ilhas são um vendaval de sacanagem. Um dos mais
recentes exemplos é a selvageria imperdoável que a Câmara Municipal da Lagoa
está a fazer no calhau da Atalhada. Toda a gente sabe que dinheiro e
Caterpillars nas mãos de políticos são piores que álcool na boca de um bêbado.
Mas, nunca deixa de nos impressionar, de cada vez que vemos políticos,
supostamente responsáveis, a malbaratar os dinheiros públicos e, pior, a mentir
aos cidadãos. Passando por cima da já de si questionável mais-valia do
projecto, uma ciclovia na orla marítima da Atalhada, o que sucedeu foi que uma
retroescavadora esfrangalhou literalmente umas dezenas de metros de barrocas de
mar, incluindo alguns belos exemplares de escoadas lávicas com milhares de
anos. Em face da barbárie, a Câmara tentou justificar-se com meia dúzia de
anormalidades. O grande Nelson Mandela disse uma vez: “ao contrário de
outros políticos, eu sei admitir um erro.” Faltam-nos Nelsons como Mandela…
in Açoriano Oriental
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