É amanhã a
inauguração de Donald Trump, 45º Presidente dos E.U.A. Para lá do homem, da sua
espampanante personalidade e dos muitos paralelismos feitos com outras épocas
da História, em que figuras igualmente bizarras e polémicas chegaram, por vias
mais ou menos democráticas, ao comando de nações, há um aspecto, totalmente
novo, que convém salientar: Trump como marca e a sua aliança com as redes
sociais para a autopromoção. Os demagogos do passado construíram-se pela
retórica pública, em grandiloquentes discursos perante plateias embevecidas.
Mas, para eles, a ideologia e o conteúdo da mensagem eram tão importantes como
o cenário. Hoje, Trump apresenta-se em 140 caracteres, via Twitter, como uma espécie
de caixa de ressonância de frases bombásticas, mas vazias de sentido. O triunfo
de Trump é o triunfo da sua marca. É a ascensão, ao mais alto cargo, da
mentalidade da venda e do lucro, em que o importante não é mais o conteúdo, mas
a embalagem, o rótulo, o slogan… Trump é (e só) marca, uma espécie de “Coca-Cola”
política, capitalisticamente obcecada em dominar o mundo, ao melhor preço. Bem-vindos
ao tempo em que até as nações são mero produto, em saldo no mundo digital.
Profissionais da indignação
Há 3 horas
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