Portugal é
um país esquizofrénico e a política portuguesa, então, é um autêntico
manicómio. O mais recente delírio foi a novela da TSU. Não querendo remoer muito
mais sobre o tema, duas notas marcantes importam registar. 1º - o que de simbólico,
na incapacidade de entendimento entre as forças políticas, o episódio revela. E,
se da direita não se esperaria outra posição, da parte do PS e dos que habitam
à sua esquerda chegam sinais iguais ou piores. Negociar a política salarial
tendo como moeda de troca o sistema de prestações sociais é um erro de
palmatória, mas a incapacidade da esquerda dialogar sobre os problemas crónicos
do nosso sistema económico não augura nada de bom para o futuro da governabilidade,
com ou sem geringonça. 2º - Portugal é um país pouco produtivo, essencialmente
pobre, e onde os salários médios nos deviam envergonhar a todos, mas é
igualmente verdade que o país, em particular políticos e patrões, é incapaz de
gerar condições efectivas para o desenvolvimento da economia e a criação de
riqueza que possa ser verdadeiramente distributiva. Nunca foi tão apropriado o
chavão de que “em casa onde não há pão, todos brigam e ninguém tem razão.”
Assim vamos indo na hilariante padaria portuguesa.
in Açoriano Oriental
in Açoriano Oriental
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