Finalmente vai
acabar a campanha autárquica. Apesar de, formalmente, essa campanha só
ter tido início há poucos
dias, desde Março que os diferentes circos partidários se fazem ouvir pelas
ruas, fóruns, salões de baile, arruadas, beijinhos, porta-a-porta, cartazes,
caixas de correio e outro tanto rol de itens com que tentam inebriar a amálgama
indistinta de cidadãos a que eufemisticamente gostam de chamar “o povo”. É normal,
já estamos habituados, mas cansa. Triste, no entanto, é que do que realmente importa pouco se
fala. Desenvolvimento sustentado? Políticas ambientais? Qualificação da oferta
turística? Da gestão básica
das coisas autárquicas: mobilidade, saneamento, resíduos? Sobre tudo isto,
nada. As frases são sempre as mesmas. Um anúncio aqui, uma intenção ali. Mais
betão acolá, um investimento acolí e assim se vai andando, sorridentemente.
Esta campanha autárquica transformou-se mesmo numa verdadeira publicidade à pasta de dentes. Armadilhados de fotógrafos
profissionais, os candidatos inundam as redes sociais de fotos suas, numa
torrente de vaidade fútil sem precedente. Mas, nessa ânsia da pose e da foto
estudada transparece a metáfora do nosso futuro. Um candidato faz-se fotografar
com um avião de uma companhia low cost a sobrevoar-lhe a testa, omitindo que já
amanhã esse mesmo voo será, provavelmente, cancelado…
Profissionais da indignação
Há 3 horas
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