quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Café Royal LVIII

SATA

A história da SATA foi sempre uma aventura. Mas o que começou com a coragem e ousadia de um grupo de visionários empresários, apostados em criar uma centralidade açoriana, entrou, lentamente, numa rota agonizante. Como uma aeronave que se lança cegamente no mais violento dos cumulos nimbus. Nos últimos 40 anos, a companhia transformou-se num imenso tabuleiro de jogos políticos. Ao mesmo tempo, internamente, foi sendo tomada pelos interesses pessoais das suas inúmeras chefias. Encurralada num beco sem saída, literalmente como um avião voando sem combustível, a empresa vê-se hoje lançada ao turbilhão selvagem dos mercados. Em face das alternativas, a escolha é a privatização, abandonando-se o interesse público e abraçando o frio e calculista interesse privado, por mais românticos que venham a ser os cadernos de encargos. Num gesto em tudo semelhante aos muitos que foram tomados pelo anterior governo da república, o mais à direita desde a ditadura, que tudo vendeu, sem dó nem piedade. Infelizmente, essa escolha é tomada por um governo do Partido Socialista. Indesculpavelmente, essa decisão é tomada sem plebiscito, ao arrepio do seu programa eleitoral e de governo, como se a vitória em eleições fosse um cheque em branco que tudo permite. No fim, só isso ficará para a História…

in Açoriano Oriental

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