O bodo
Quando se fala em Orçamento de Estado é frequente ouvir
falar em “mesa” e “bolo”. Como se o Orçamento fosse uma espécie de banquete. Só
que, quem se anda a lambuzar com o repasto não são os cidadãos comuns,
pagadores de impostos, a quem o Estado devia garantir meia dúzia de coisas
básicas. Desde logo, diz a Constituição, o direito à Saúde, “através de um
serviço nacional de saúde universal e, (…) tendencialmente gratuito.” Ora,
se imaginarmos que à cabeça da “mesa” do Orçamento se senta o Governo, manda o protocolo
que à direita se sente a Educação e à Esquerda a Saúde e deviam ser esses, os “convidados
de honra”, a receber a maior fatia do “bolo”. Mas, neste país, nos últimos
anos, nessa verdadeira última ceia em que se transformou o Orçamento de Estado,
quem se anda a empanturrar, são os Judas da Dívida, os agiotas da Banca e
outros Berardos do género. Portugal investe na Saúde cerca de 1600€ por cada
cidadão. Resgatar os Bancos custou a cada um de nós 1800€! É como aquelas galas,
servidas a lagosta e champanhe, em que os abastados juntam uns cêntimos para oferecerem
aos pobres uns míseros pacotes de macarrão…
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