O peso da data
Por mágica conjugação de calendário, calhou este ano, o 10
de Junho e o “dia da pombinha” serem na mesma data. Esta segunda-feira,
Portalegre e a Calheta de São Jorge tornaram-se o centro simbólico da
portugalidade e da Autonomia. Ao contrário de outras nações, que assinalam os seus
dias em datas importantes da sua história (a Tomada da Bastilha, o dia da Independência
ou o grito do Ipiranga) e que, por isso, estão profundamente enraizados na
cultura do seu povo, Portugal e os Açores, celebram-se em datas que foram escolhidas
a dedo, em gabinetes fechados, procurando incutir artificialmente num caso, e usurpar
ao povo noutro, uma sensação de verdadeira pertença à comunidade. O facto é
que, 45 anos depois, o 10 de Junho nunca se conseguiu libertar do dia da raça
salazarento que sempre foi, por mais discursos de Facebook que se façam. E, a
estatização da mais popular das festas açorianas, o Espírito Santo, significa
um desvirtuar e uma politização incompreensível do que de mais genuíno tem o
povo destas ilhas. Ora, é precisamente este artificialismo que afastará sempre o
cidadão comum destas celebrações. Ao povo o que é do povo, e ao Estado o que
dele tiver de ser…
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