(Des)planeamento
O Governo anunciou recentemente, sem pré-aviso ou consulta
pública, um projecto de intervenção na cumeeira da Lagoa do Fogo. Acto contínuo,
o PS fez gala em anunciar a introdução no Plano e Orçamento de uma verba de cem
mil euros para uma “intervenção de ordenamento paisagístico na zona da mata da
Lagoa do Congro”. O que é irónico é a falta de planeamento disto tudo. Olhando para
as ilhas, é fácil constatar a imperiosa necessidade de planear e organizar o território
para melhor o adaptar à evolução demográfica e ao crescimento do turismo. A Região
precisa, urgentemente, de um plano estratégico integrado, que permita
qualificar e, principalmente, aumentar e diversificar a oferta. O drama é que
não há dados concretos sobre fluxos, sobre carga, sobre nada. Ora sem dados não
pode haver planos, logo anunciam-se medidas avulsas em zonas que, se calhar,
deveriam ser as últimas a ser intervencionadas. O que o governo devia estar a
fazer era a promover os estudos que caracterizassem o estado actual do
território e a promover acções que qualifiquem o existente para depois então
poder pensar em intervir nos pontos da paisagem que ainda estão intactos, isso
sim era sustentabilidade.
in Açoriano Oriental
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