Corona
Para lá das questões imediatas – contenção, tratamento, cura
– a crise do Covid-19 levanta outras interrogações, com as quais nos devíamos,
também, inquietar. A mais dramática, é a constatação de que não há reação para
o imponderável. Perante o desconhecido não há resposta, não há protocolo
pré-estabelecido. Ansiamos por controlo e a verdade é que ele não existe. Perante
o disseminar do vírus, cujas consequências vão muito para lá da emergência médica,
o mundo vai atabalhoando-se entre o isolacionismo totalitário chinês, a arrogância
ignorante americana, o latino-laxismo italiano e o pânico mediático global. Por
cá, vamos pendulando entre a hipocondria histérica do Prof. Marcelo e a desorientação
de um governo que não sabe o que fazer. Num mundo interligado exigem-se
respostas globais e, principalmente, solidárias. Perante a brutalidade da pandemia,
mais importante do que fechar fronteiras, ou abrir linhas de crédito, seria uma
consciência mundial de que só com confiança e entreajuda é que se pode conter e
tratar os vários contágios do vírus. Talvez então, Corona volte a ser, apenas, nome
de uma boa cerveja mexicana.
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