A vitamina
Nos últimos tempos, António Costa tem-se referido ao Plano
de Recuperação e Resiliência e aos fantásticos euros que supostamente por aí veem,
já não como a “bazuca”, mas como a “vitamina”. Este súbito câmbio de expressão metafórica,
embora menos bélico, é, infelizmente, muito mais sinistro. O que esta imagem
medicinal revela é simplesmente o quão alienado, ou néscio, anda o nosso Primeiro-ministro,
ao ponto de julgar que se pode ressuscitar um morto com pastilhas de Cecrisina.
Por culpa do seu desgoverno da pandemia, a economia está moribunda. E, em alguns
sectores, como é o caso das indústrias criativas ou da hospitalidade, por
exemplo, empresas há que já foram liminarmente eutanasiadas por decreto do
governo, sem que qualquer panaceia as possa, milagrosamente, reviver. Mas, esta
ideia de que se pode curar um morto com uma colher de vitamina, é o mesmo tipo
de pensamento mágico que lhe faz acreditar que é a vacina que nos vai salvar do
mafarrico viral. O que Costa nunca percebeu é que o problema não era o vírus,
nem a cura, mas a absoluta ausência de saúde que já antes nos acometia. De
tanto querer curar a doença esqueceu-se que o mais importante é haver saúde.
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