Bulldozeriando
O Ocidente sempre lutou pelos valores fundacionais do
Humanismo. Aquilo a que Karl Popper chamou “Sociedade Aberta” – Liberdade,
Igualdade e Solidariedade. Porém, o atual nevoeiro pandémico veio adensar o
manto de arbitrariedade e autoritarismo das forças do Império da Intolerância. Por
toda a Europa, governos acossados por um absurdo maniqueísmo moral, refugiaram-se
cegamente nas masmorras soturnas e insalubres do fascismo sanitário,
transportando-nos a todos, novamente, como condenados nos tétricos vagões de
Birkenau, rumo a um extermínio civilizacional que julgávamos permanentemente ultrapassado.
A mais recente insanidade covídica é a peregrina ideia de um “passaporte viral”,
espécie de medieval salvo-conduto, que permite aos mais abastados e vacinados cruzar
fronteiras entre países. O mais chocante nesta proposta abstrusa é perceber como
os governos procuram corrigir as arrasadoras consequências de encarceramentos ilógicos
e discriminatórios à custa de investidas de bulldozer sobre a equidade, as liberdades
individuais e os valores essenciais do mais básico humanismo.
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