Passeando
nas cumeeiras, olhando o mar e a ilha, berço de cores, horizonte e sonho, recordo
uma citação sábia: “não herdamos a terra dos nossos pais, apenas a pedimos
emprestada aos nossos filhos.” Esta frase nativa é uma pérola de erudição e
sensatez. E recordo-a pelo que transporta de aviso, de responsabilidade, pela
preservação do sítio em que nascemos, que outros antes de nós amaram e que
temos a obrigação de manter para os que vierem depois. Aqui, na ilha,
encapsulados de verde e oceano, embriagados pela fertilidade da terra, somos
muitas vezes levados a pensar que nada há, para além das mais poderosas forças
da natureza, que a possam destruir. Olhando a ilha, em toda a sua magnânima e
esplendorosa dimensão, esquecemos, muitas vezes, que somos nós próprios, por
acção ou omissão, os principais agentes da sua destruição. Nesta terra que um
slogan governamental diz ser “certificada pela natureza” somos nós, colectivamente,
quem mais trabalha para o seu fim. O mais recente absurdo é a intenção de construir uma
incineradora. Absurdo ambiental,
económico, turístico, de saúde pública, político e geracional. No futuro, o
tempo e a terra julgarão, olhando para trás, esse legado. Pelos nossos filhos,
se já não por nós, incineremos a incineradora!
Carne de vaca estufada com ervilhas
Há 3 horas