No Porto, após
4 anos de idílica comunhão de bens, Rui Moreira e o PS acordaram um divórcio
amigável. Depois de, pela voz da sua secretária-geral-adjunta, o PS ter vindo a
público dizer que quem usava as calças lá em casa era o seu partido, Rui
Moreira, bem, não se ficou e pontapeou os socialistas para fora da cama. Até
aqui nada de anormal, é política, mas, Rui Moreira não ficou por aqui. O autarca
puxou da culatra da ameaça centralista para justificar a separação, acusando o
PS de estar a “condicionar a partir de
Lisboa”. Ora, é exactamente aqui que a coisa se torna séria. Quando dá
jeito, reclama-se da capital o investimento e a intervenção, mas, quando não,
agita-se com pujança o estandarte do regionalismo e a “questão centralista”. A
verdade é que esta só existe porque as regiões o permitem e, em certa medida, o
exigem. Sempre que reivindicam que o centro pague o custo da sua existência, as
periferias estão a legitimar
que este abuse do seu poder. Essa é que é a verdadeira “questão centralista”.
Porque quanto mais autónomas e independentes forem as regiões, seja a que nível
for, económico, cultural, político, etc. menor será a sua vertigem centralista
e muito menos frequentes serão as sinistras aparições desse fantasma chamado
centralismo que tão enraizado está no coração deste país.
Profissionais da indignação
Há 3 horas
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