Turismo e
Mar são palavrões em voga sempre que alguém, especialmente políticos e
académicos, se quer referir ao futuro do país. A expansão da ZEE e o
crescimento do RevPar são novos desígnios nacionais. A mineração profunda e os
charters de chineses são as especiarias do século XXI. Em Portugal, como
sempre, tudo é quimera e pouco efeito. Quando nos perdemos a mirar o horizonte
esquecemos de ver a onda que morre em espuma nos nossos pés. No último fim-de-semana
fomos flagelados pela notícia de 4 mortos em praias portuguesas. No ano
anterior foram 11 no mesmo período. Ano após ano esta tragédia repete-se.
Vivemos num país que se diz de turismo e de praia. A Califórnia da Europa, disseram
os publicitários (os Açores o Hawai, dissemos nós…)! Mas, como se pode afirmar
isso quando a mais básica segurança na orla marítima é ainda uma miragem ou, no
melhor dos casos, uma sorte, a sorte de ter um surfista por perto numa praia
não vigiada? A aposta num futuro que se sustente no turismo e no mar terá que
passar impreterivelmente pela garantia de segurança nas praias. Tal só será
possível com um corpo permanente e profissional de Nadadores Salvadores, e nem
sequer é preciso ter visto o Baywatch para o perceber, mas, em Portugal, como
sempre, todos assobiam para o lado, Governo, Marinha e Autarquias, sacudindo o
sal dos capotes, uns por receio, outros por altivez e os últimos por avareza.
Entretanto, é um país que se atrasa e são vidas que se perdem…
Profissionais da indignação
Há 3 horas
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