Da vã euforia
Já não falta cumprir-se Portugal! O 13 de Maio foi de glória, santificado por Sua Santidade O Papa e tudo. Fátima, Benfica, Eurovisão, pela 1ª vez na história todos os lares portugueses rejubilaram, os homens com o Glorioso, as senhoras com o Salvador. Mas a chama do país não esmoreceu Domingo. Segunda-feira acordamos com a boa nova dos 2,8%. A economia acelera, dizem-nos os inquéritos das estatísticas. Aleluia! Habemus crescimento! O otimismo transbordou do eixo São Bento/Belém e inundou as folhas de Excel. Só que, no mesmo dia, a mesma estatística revelou, impiedosamente, que um quarto dos portugueses vive, ou está prestes a viver, no limiar da pobreza. Incongruência? Não. O facto é que o esforço produtivo do país continua afundado no pântano burocrático e fiscal e não cria riqueza. Não há uma base produtiva sólida, tudo é etéreo e vago e prestes a desmoronar ao mínimo abalo. É que não se trata da reposição, justa, de rendimentos, nem do crescimento da produção interna alicerçada num tecido económico sólido e em bens transacionáveis de valor acrescentado, o incremento agora anunciado é obra do investimento externo e, abjetamente, dos baixos salários. A económica portuguesa é, ainda, inimiga do seu próprio fortalecimento e é vã toda esta euforia quando vivemos num país em que empreendedor rima com dor.
in Açoriano Oriental
Já não falta cumprir-se Portugal! O 13 de Maio foi de glória, santificado por Sua Santidade O Papa e tudo. Fátima, Benfica, Eurovisão, pela 1ª vez na história todos os lares portugueses rejubilaram, os homens com o Glorioso, as senhoras com o Salvador. Mas a chama do país não esmoreceu Domingo. Segunda-feira acordamos com a boa nova dos 2,8%. A economia acelera, dizem-nos os inquéritos das estatísticas. Aleluia! Habemus crescimento! O otimismo transbordou do eixo São Bento/Belém e inundou as folhas de Excel. Só que, no mesmo dia, a mesma estatística revelou, impiedosamente, que um quarto dos portugueses vive, ou está prestes a viver, no limiar da pobreza. Incongruência? Não. O facto é que o esforço produtivo do país continua afundado no pântano burocrático e fiscal e não cria riqueza. Não há uma base produtiva sólida, tudo é etéreo e vago e prestes a desmoronar ao mínimo abalo. É que não se trata da reposição, justa, de rendimentos, nem do crescimento da produção interna alicerçada num tecido económico sólido e em bens transacionáveis de valor acrescentado, o incremento agora anunciado é obra do investimento externo e, abjetamente, dos baixos salários. A económica portuguesa é, ainda, inimiga do seu próprio fortalecimento e é vã toda esta euforia quando vivemos num país em que empreendedor rima com dor.
in Açoriano Oriental
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