Surpreendentemente,
foi Angela Merkel quem fez o mais límpido resumo do autêntico circo voador que
foi a tour internacional de Trump. A Europa está por sua conta - anunciou,
desalentada, a chanceler. Frase pesarosa, com tanto de augúrio como de sentença:
por um lado a constatação da inadiável necessidade de a Europa aprofundar a sua
união é um auspício importante, mas fazê-lo por oposição ao seu mais pródigo
filho é uma triste condenação. Só por ignorância se pode querer ostracizar a
América daquilo que são os mais profundos interesses europeus. Também, só por
cinismo se pode querer confundir a América com o Sr. Trump, por mais que
discordemos dele. Cabe à Europa fazer ver à América o papel fulcral que esta desempenha
nos vários equilíbrios globais, naturais ou políticos. Não o fazer é condenar a
própria Europa ao vácuo internacional. Nunca esqueçamos, enquanto europeus, que
as nossas liberdades são fruto da independência americana e façamos também por
lembrar aos americanos que a sua posição no mundo é filha da sua atlântica união
connosco. E, para nós, portugueses insulares, navegando neste meio do atlântico,
esta é uma questão de vital importância. Uma Europa que desista da sua parceria
atlântica com os E.U.A. coloca os Açores à mercê da nação, mais ou menos
oriental, que tome para si os destinos da Terra.
Profissionais da indignação
Há 3 horas
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