Um dia os historiadores dirão que foi a maior Utopia do século. O Estado
Social, nascido da devastação da guerra, mas alicerçado na luta liberalismo vs.
socialismo, visava garantir a paz e o bem-estar, colocando o Estado, ou a
governação, como garante das necessidades elementares da população - Educação,
Saúde e Trabalho (ou welfare na aceção
anglo-saxónica). Um estado, não necessariamente igualitário, mas,
fundamentalmente comunitário, onde, independentemente das diferenças entre as
pessoas, o bem-comum é a argamassa que nos une, em sociedade. Estará o Estado
Social morto? Olhando os sinais, somos tentados a pensar que sim. Corrupção,
desigualdades, insegurança, desemprego, especulação financeira, individualismo,
egoísmo, etc. São inúmeros e assoberbantes os ingredientes da sopa cultural em
que vivemos e que indiciam o estado moribundo desse ideal. Neste tempo de supremo
egocentrismo, a razão de ser de cada um é ele e não o outro. A governação é
eleitoral. Os interesses corporativos sobrepõem-se aos comunitários. O capital
extingue o humano. Insuflados de nós próprios, deixamos de cuidar da Terra e uns
dos outros, esquecendo que, e citando John Donne, “nenhum homem é uma ilha,
cada homem é um pedaço do continente, estamos todos envolvidos na humanidade”.
Profissionais da indignação
Há 3 horas
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