Não é fácil determinar quando
a imoralidade tomou posse da coisa pública. Mas é de cristalino entendimento
que foi o dinheiro, na sua escabrosidade, que se apossou e alimenta essa
fogueira onde se incendeiam as virtudes. Vivemos na era do consumo, em que o
capital é a medida de toda a felicidade. Tão longe estamos de Aristóteles, que apontou
a Felicidade como a finalidade suprema da existência e possível de obter apenas
pelo caminho da ética. Hoje, a felicidade vem em maços de notas, cartões gold, gadgets,
smartphones, automóveis, viagens em executiva, gambas de lojas de luxo e
inúmeros outros tipos de quinquilharias topo de gama. É a ética ou, mais
correctamente, a falta dela, que explica casos como o da Raríssimas. E é também
a falta de ética que explica a miríade de outros casos e comportamentos semelhantes
que pululam por todo o tipo de associações ou similares por esse país fora. Mas
a culpa não é só individual. Não está nas decisões e atitudes, mais ou menos
autoritárias e ignorantes, deste ou daquele(a) presidente. A culpa está no
Estado, está nos sucessivos políticos e governantes que criaram, promoveram e
se enredaram neste tipo de organizações, permitindo-se, por acção ou omissão e na
obscuridade da sua administração, sorver milhões de euros de dinheiros públicos
para vícios privados. Basta!
Retomando a conversa
Há 16 horas
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