Desde há décadas que se tem
vindo a escrever o obituário da imprensa escrita. Hoje, na ditadura do digital
e em que os nossos estilos de vida assoberbados nos levam a um alheamento da sociedade,
o papel primordial do jornalismo, e dos jornais, como comunicador e, muitas
vezes, mediador da vida em comunidade, foi-se gradualmente perdendo. Esta degradação
da imprensa escrita é mais um sintoma da decadência das nossas democracias. Os
jornais são areópagos da pluralidade e do debate livre de ideias. A sua morte,
ou a sua “adaptação”, como eufemisticamente usam dizer por estes dias os
patrões da imprensa, devia pesar sobre o nosso pensamento, como um alerta sobre
o tipo de mundo que estamos a construir. Na dualidade entre passado e futuro, o
nosso papel, enquanto civilização, é garantir que o que de melhor existiu no
passado possa ser transportado para o futuro. A capitulação do Diário de Notícias ao mundo virtual, à banalidade do dedo que faz apagar para baixo no
ecrã, é apenas mais um passo em direcção a um lugar sem tempo e onde tudo é,
apenas, momentâneo…
quinta-feira, 5 de julho de 2018
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