“Não herdamos a Terra dos nossos antepassados, Ela é-nos emprestada
pelos nossos filhos.” Regresso, com frequência, a este velho provérbio das
tribos nativas da América do Norte, pela sua simplicidade e sabedoria. Descobri
esta frase através de um anúncio de uma famosa marca de relógios – “Nunca somos donos de um Patek Philippe,
apenas tomamos conta dele para a próxima geração.” – e, para um
colecionador como eu, a mensagem ressoou intimamente de forma genuína. A
verdade subjacente a esta mensagem é de uma singeleza desarmante. Nós não somos
donos da Terra. Ela é uma dádiva, que nos cumpre proteger e legar às gerações
vindouras. Também as coisas, ou os bens materiais, que ansiosamente buscamos,
não são verdadeiramente nossos. São memórias, afectos, que, um dia, no fim
desta vida tão frágil e curta, deixaremos para aqueles que vierem depois de
nós. Esta consciência da nossa finitude, da nossa absoluta transitoriedade, é,
deveria ser, um princípio fundamental da nossa actuação no dia-a-dia, para connosco,
para com os outros, para com o lugar e o tempo em que vivemos. Cuidar que
cuidamos em vez de destruir. Aplica-se a tudo na vida.
Retomando a conversa
Há 15 horas
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