Enquanto militante do PS-Açores não posso deixar de expressar, publicamente, a minha profunda discordância política com a escolha do Francisco Cesar para líder da bancada parlamentar. Esta discordância não se prende com uma avaliação melhor ou pior das suas qualidades políticas, julgo até que é uma injustiça para o próprio que vê, deste modo, os seus méritos pessoais postos em causa, mas antes com o facto iniludível de ser uma mensagem errada do Partido à sociedade, como se o PS fosse uma espécie de SONAE da política. Sucessões dinásticas são apanágio dos grandes grupos empresariais ou de outros regimes que não o nosso. O Partido Socialista não pode omitir o facto de Carlos Cesar ser um político no activo, com altos (muitos) cargos de responsabilidade no Partido, na política nacional e regional, algo que, por si só, obrigaria a uma redobrada exigência ética. Exigência esta que, a não ser tida pelos próprios, deveria ser tida pelo Partido. Creio, sinceramente, que a esmagadora maioria dos socialistas nunca aceitariam que algo deste género se passasse com um familiar seu. Porquê, então, aceitá-lo com familiares de outros?
in Açoriano Oriental
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