(A)normalidade
Acossado pelas muitas críticas, a que foi sujeito na opinião
pública, por causa da genealogia dos seus nomeados, o PS tentou contrapor com três
tipos de argumentos: socialização; não-discriminação; e (o mais caricato de
todos) genética. O primeiro sustenta que é normal, em determinados contextos de
socialização, as pessoas construírem relações de amizade ou amorosas. O segundo
é que não podem ser prejudicadas ou discriminadas nas suas “carreiras
profissionais” (sic) por causa da sua filiação. E, pela voz autorizada de
Carlos César, o argumento genético, de que determinadas “famílias” têm especial
“vocação” para o “empenhamento cívico”. Ora, tudo, nestes argumentos, está
errado. Primeiro, as relações pessoais não devem ser transpostas, muito menos de
forma exponencial, para o Espaço Público. Depois, a Política não pode nunca ser
vista como uma “carreira profissional”, com direito a Ordem, Estatuto, Sindicato
e Contrato Colectivo de Trabalho. Por último, mas mais importante, a República
existe, e o Socialismo também, já agora, exactamente para pôr fim a essa injusta,
perniciosa e monárquica ideia de que só o “filho
de peixe é que sabe nadar”.
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