quinta-feira, 28 de março de 2019

Café Royal CXVII


(A)normalidade

Acossado pelas muitas críticas, a que foi sujeito na opinião pública, por causa da genealogia dos seus nomeados, o PS tentou contrapor com três tipos de argumentos: socialização; não-discriminação; e (o mais caricato de todos) genética. O primeiro sustenta que é normal, em determinados contextos de socialização, as pessoas construírem relações de amizade ou amorosas. O segundo é que não podem ser prejudicadas ou discriminadas nas suas “carreiras profissionais” (sic) por causa da sua filiação. E, pela voz autorizada de Carlos César, o argumento genético, de que determinadas “famílias” têm especial “vocação” para o “empenhamento cívico”. Ora, tudo, nestes argumentos, está errado. Primeiro, as relações pessoais não devem ser transpostas, muito menos de forma exponencial, para o Espaço Público. Depois, a Política não pode nunca ser vista como uma “carreira profissional”, com direito a Ordem, Estatuto, Sindicato e Contrato Colectivo de Trabalho. Por último, mas mais importante, a República existe, e o Socialismo também, já agora, exactamente para pôr fim a essa injusta, perniciosa e monárquica ideia de que só o “filho de peixe é que sabe nadar”.


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