Confesso a minha
fadiga, mas como fugir do tema quando as notícias nos bombardeiam com mais
milhões para o BES, mais comissões de inquérito, mais, mais, mais… Uma das
esperanças capitais de Abril era a de uma sociedade justa, sem as desigualdades
sociais que marcavam o Estado Novo. Acreditámos que os partidos políticos
seriam os paladinos desse desígnio. Em 40 anos, muito foi feito, na educação, na
saúde, na protecção social, e uma grande fatia da população portuguesa soergueu-se
para níveis de vida muito superiores aos anteriores a 74. No entanto, ao mesmo
tempo, criamos uma enorme rede de interdependências entre o sistema partidário
e o económico-financeiro, e a própria Democracia ficou refém dessa obscura
relação entre o interesse público e os interesses privados. A Política deixou
de ter desígnios para passar a ser, tão só, uma máquina de gestão de pequenos
lucros. Paulatinamente vamos percebendo, por via dessa avalanche de casos de
corrupção, desde a de vão de escada à de escadaria palaciana, como os valores
morais foram canibalizados pela ganância e como a nossa vida foi subjugada,
novamente, pela ditadura do dinheiro…
Um Governo sem rumo e sem ambição
Há 21 minutos
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