JL
A adolescência é o tempo de todos os excessos. Daquilo a que
Thoreau chamou “sugar o tutano da vida”.
Correndo, lado a lado, com a mais pura inconsciência, uma enorme vontade e
ambição, uma quase arrogância de se ter todas as certezas do mundo. E, no
regresso do pêndulo, as incertezas, os medos, as inseguranças de uma vida toda
pela frente. Esse constante balanço entre dois polos é terreno fértil para
grandes descobertas e para colossais erros. É por isso que os adolescentes são,
muitas vezes, olhados com escárnio, ou tédio, uma condição irritante que se
tolera com paciência, ou descompostura. Porém, há aquelas poucas pessoas que,
nesse solstício da idade, olham para nós não com condescendência e cinismo, mas
com a esperança de quem sabe que a adolescência é não mais do que uma ponte, que
é necessário atravessar, para a maturidade. Uma das grandes dádivas que o João
Luís e a Teresa deram a uma trupe de vorazes que aceleraram pela ilha à procura
de tornar as suas vidas extraordinárias, e que tinham na sua casa e convivência
um porto de abrigo, foi olharem-nos não como “armários”, mas como pessoas. Obrigado
Teresa, obrigado JL.
Sem comentários:
Enviar um comentário