Maiorias
A viagem do Partido Socialista, pelos atribulados caminhos
da nossa entradota democracia, nem sempre foi fácil. Entre 75 e 85 Soares
viu-se encurralado entre uma extrema esquerda altiva e um centro-direita
envergonhado. Em 6 eleições legislativas o PS ganhou 3, sempre abaixo dos 40%
dos votos, passou pelo embaraço das expressivas vitorias da AD em 79 e 80 e
culminou com o trauma cavaquista de 85 e de 87, em que o PSD obteve mais de
50%. Soares rumaria a Belém e Portugal sofreria Cavaco durante os próximos 10
anos. Depois veio o pântano de Guterres, a tanga de Durão Barroso e o desmaio
de Santana Lopes, até culminarmos nos 45% de Sócrates, uma bancarrota e a PàF
que, como todos os amantes de banda desenhada sabem, significa uma brutal
estalada na cara. Durante estes 45 anos, dois grandes dogmas imperaram sobre o
xadrez político nacional – a Direita, quando precisa, une-se e as Esquerdas não.
As eleições de 2015 e consequente Geringonça marcaram, esperávamos nós, o fim
deste “nó górdio”. Mas, e pelo que temos visto desta campanha eleitoral, o PS,
infelizmente, não aprendeu nada nestes 4 anos e prefere a ganância de uma putativa
maioria-absoluta à continuidade de uma maioria de esquerda. É pena.
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