quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

Café Royal CLXI


Ah, o Amor!

Precisará o amor de um dia? Ou de um Santo? Precisará o amor de uma celebração anual, revestida de montras repletas de peluches, chocolates e lingeries de melhor ou pior gosto? Se o amor for só comércio, o coração não será mais do que uma caixa registadora. Amor é dádiva, não é penhor. Amor não é cambio, nem valor. Não, o amor não se vende, não se materializa num qualquer cartão colorido, nem num ramo de flores, mesmo que sejam rosas. O amor é transe, não é transacção. O amor é um olhar, um ensejo, é a doce ternura de um beijo, um leve toque de mão. O amor é uma borboleta no estômago e um sorriso. Uma vergonha tímida e uma coragem gigante. O amor é um arrebatamento súbito e uma promessa para a vida. O amor é desapego. O amor não tem horário, nem dia no calendário. O amor não tem um dia, amor que é amor é-o a cada dia. O amor não se celebra uma vez por ano como se fosse um feriado, ou uma pausa, ou o “meter um Artigo”. O amor é um instante de luz que cega e espanta. O amor é uma chama que nunca se apaga. E, é preciso cuidar do amor em cada momento, dia-a-dia e sempre, todos os dias do ano, até ao último sopro da vida.


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