Despautérios
Do céu ao inferno vai um sopro de distância. E, do milagre
português, que pautou o nosso confinamento, com políticos de peito-feito a
atirarem-se à pandemia como quem se automedica com uma mão cheia de antibióticos,
bastou o fim da primavera para acordarmos, como se de um pesadelo, nos
desvarios do luso-desconfinamento. Veja-se a TAP, cujo destino parece ser o de um
novo Novo Banco, onde a bravata política e ideológica do nosso ministro das
infraestruturas embateu de frente com o pragmatismo de uma velha raposa da
aviação. Basta ter em conta que o pouco de bom que aconteceu à TAP nos últimos
anos, nomeadamente nas duas Américas, se deveu, exclusivamente, aos conhecimentos
do Sr. Neeleman, para ficarmos em sobressalto com a sua saída da companhia. E, olhando
o despautério da TAP, é com temor aterrorizante que imaginamos o que por aí
virá para a nossa agonizante SATA. Nestas ilhas em que testes de 12 horas se
prolongam em 48, não é de admirar que o que nos aguarda seja um longo e penoso
purgatório. Em jeito de aviso, já alguém pensou se noutros países, por exemplo na
Suíça, é possível fazer os testes antes de apanhar o avião?
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