quinta-feira, 12 de novembro de 2020

Café Royal CC

Fim de um ciclo

Esta, que é a ducentésima crónica deste Café Royal é, também, o fim de um ciclo. Todas as semanas, ao longo de quatro anos, desde janeiro de 2017, procurei sempre cultivar, em cafés curtos e fortes, a liberdade de pensamento, a crítica franca e aberta, a exigência ética, moral e a transparência nas políticas públicas e, de uma forma geral, na cidadania. Para muitos, esta manifestação pública de uma certa bravura ou, se calhar, de desencanto foi vista como um gesto ressentido, uma espécie de oposição velada ao governo socialista. Para mim, pelo contrário, foi sempre um acto de reafirmação intrépida dos ideários humanistas que estão na génese do socialismo e que urgem, permanentemente, assinalar e cuidar. Hoje, ao assistir ao desnudar da crise do capitalismo, à legitimação, por supostos democratas, dos maiores ataques às liberdades individuais, ao desmoronar dos valores solidários do Estado Social e, aqui nestas nove encantadas ilhas, ao agrupamento oportunista das direitas conservadoras, reacionárias, totalitárias, neoliberais e fascistas para um assalto selvagem ao poder, reforça-se-me o sentimento da imperiosa necessidade de continuar a lutar, cada dia mais, pelos valores mais altos da Liberdade, da Igualdade e da Fraternidade.

in Açoriano Oriental

1 comentário:

Anónimo disse...

Estamos a precisar de um mau poeta no Chega...