Fim de um ciclo
Esta, que é a ducentésima crónica deste
Café Royal é, também, o fim de um ciclo. Todas as semanas, ao longo de quatro
anos, desde janeiro de 2017, procurei sempre cultivar, em cafés curtos e fortes,
a liberdade de pensamento, a crítica franca e aberta, a exigência ética, moral
e a transparência nas políticas públicas e, de uma forma geral, na cidadania.
Para muitos, esta manifestação pública de uma certa bravura ou, se calhar, de
desencanto foi vista como um gesto ressentido, uma espécie de oposição velada
ao governo socialista. Para mim, pelo contrário, foi sempre um acto de reafirmação
intrépida dos ideários humanistas que estão na génese do socialismo e que urgem,
permanentemente, assinalar e cuidar. Hoje, ao assistir ao desnudar da crise do
capitalismo, à legitimação, por supostos democratas, dos maiores ataques às
liberdades individuais, ao desmoronar dos valores solidários do Estado Social
e, aqui nestas nove encantadas ilhas, ao agrupamento oportunista das direitas conservadoras,
reacionárias, totalitárias, neoliberais e fascistas para um assalto selvagem ao
poder, reforça-se-me o sentimento da imperiosa necessidade de continuar a lutar,
cada dia mais, pelos valores mais altos da Liberdade, da Igualdade e da
Fraternidade.
1 comentário:
Estamos a precisar de um mau poeta no Chega...
Enviar um comentário