Opções iniciais
Numa opção legítima, embora não totalmente incensurável, o novo
Governo Regional decidiu orientar o grosso das suas decisões iniciais para a
gestão da pandemia. Em poucos dias, Bolieiro anunciou uma série de medidas de
administração sanitária, incluindo, ao melhor estilo do mercado de transferências
futebolístico, como quem anuncia um novo avançado, a contratação de um médico de
saúde pública para capitanear a equipa da Autoridade de Saúde, reclamando, ainda,
a sua total independência do poder político. Ora, o que me preocupa, nestas
demonstrações iniciáticas de vigor governativo, é a manutenção, ao jeito do velho
Governo, da táctica de cingir a pandemia a um problema exclusivamente de saúde
pública. O que falta neste combate, e tem faltado desde o seu início, é, justamente,
mais decisões políticas, mais visão histórica, mais conhecimento de sociologia e,
sobretudo, mais economia. Dito de forma simples, têm faltado Estadistas. Para
os clínicos, nós todos não passamos de hospedeiros de um vírus que é preciso travar
a todo o custo. O que realmente precisamos é de Políticos, que entendam que uma
pandemia não se combate apenas salvando vidas, mas salvando pessoas e,
fundamentalmente, preservando modos de vida.
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