Pensar os dados
Em Itália, um estudo científico, do Instituto Nacional do
Cancro, concluiu que o novo coronavírus já circulava no país em Setembro de
2019. Por cá, a média diária de positivos, nos quinze dias anteriores às
eleições, foi de 2,8. Nos quinze dias depois do dia 25, foi de 6,8. Quase se diria
que o vírus tirou férias no Douro, em Outubro, e que esperou pelo Domingo das eleições
para apanhar um avião para os Açores, onde aterrou diretamente na Casa das
Bonecas e, daí, num rodopio do varão, saltitou para restaurantes, escolas e liceus.
O que estes dados nos demonstram é que nem tudo nesta pandemia é clínico e
matemático, aliás, como bem resumiu o médico alemão Rudolf Virchow, no longínquo
séc. XIX, “uma epidemia é um fenómeno social que tem alguns aspectos médicos.”
A informação agora descoberta em Itália revela duas questões essenciais: 1º que
tão ou até mais perigoso que o SARS-CoV-2 é o contágio do pânico disseminado, ad
nauseam, pela comunicação social; 2º, e mais importante, que o vírus não é,
afinal, nem tão letal, nem contagioso como nos querem fazer acreditar. Por cá, o
que os números e as reações despóticas das autoridades nos dizem é que continuamos
a tratar esta epidemia como se ela não fosse, de facto, um fenómeno social.
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