1921
Olhando os noticiários, fica-nos como que uma inquietação aflitiva
pela balbúrdia em que se encontra o mundo. Porém, se recuarmos cem anos percebemos
que o fio condutor da História foi, quase sempre, afinal, a irracionalidade. Nos
EUA, Woodrow Wilson, o pai da Liga das Nações, agonizava decadente o fim da sua
presidência, incapaz de convencer os americanos dos méritos da sua política
externa, e substituído depois por um desconsiderado e desconhecido Warren G. Harding.
Em Portugal, António José de Almeida esforçava-se por fazer sobreviver um dos 15(!)
governos a que daria posse nesses ebulitivos anos de 20 e 21. Numa coincidência,
quási astrológica, Portugal e o Mundo vivem, hoje, também, mudanças igualmente significativas
no cenário político. À hora que escrevo, nos EUA, prepara-se o início de uma anómala
cerimónia de inauguração, marcada profundamente pelo ansiado fim da era Trump. Por
cá, no domingo, teremos as mais polarizadas, populistas, demagógicas, atípicas e
caóticas presidenciais da nossa história recente. No pano de fundo de tudo isto,
o espírito pandémico, insensível aos desmandos humanos, segue assolando o mundo,
tal-e-qual como há cem anos atrás…
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