O PS e Marcelo
Está lançado o segundo período da década Marcelo. Numa anódina
cerimónia onde, simbolicamente, os cumprimentos deram lugar a pomposas e distanciadas
vénias, Marcelo entrou, tranquilamente, no seu segundo mandato. Ferro
Rodrigues, derreteu-se em elogios ao perfil político de Marcelo. E, muitos altos
dirigentes socialistas encurvaram-se em encómios ao Prof. de Direito e o mais
tik-tokiano presidente que a república portuguesa já teve ou terá. Bem sei que
a política não é hoje lugar de romantismos, nem, tão pouco, de particulares ideologias.
É-me, também, de cristalina clarividência, a estratégia socialista, perante uma
direita órfã, de cinicamente apoiar o campeão do centro-direita, procurando com
isso garantir a sobrevivência governativa junto do eleitorado dos sem-partido,
mesmo que isso implique ostracizar a sua própria militância e esconjurar a sua
história. Como diria o outro: “é a política, estúpido!”. Mas, o que os líderes
do PS escolhem não ver é que, quando chegar a hora, que inevitavelmente chegará
com o clímax da crise, Marcelo será o primeiro a, sem pestanejar um segundo, queimar
o PS no mesmo lume onde o partido hipotecou agora a pureza dos seus princípios.
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