Quando pensamos
que já vimos tudo, que já nada nos surpreende, que somos imunes aos disparates
da governação, eis que ela, despudoradamente, restaura a sua capacidade de nos abismar.
Soube-se recentemente que entre 2011 e 2014, cerca de 10 mil milhões de euros
emigraram, sub-repticiamente, do país, sem que a nossa sempre atenta Autoridade
Tributária lhes verificasse o passaporte. Vou repetir, com zeros, para que se perceba
a extensão, €10.000.000.000,00 foram surfar para vários offshore enquanto, ao mesmo tempo, o fisco se entretinha,
selvaticamente, a penhorar casas e ordenados por dívidas de meia dúzia de
euros. 10 biliões de euros VIP foram passear para paraísos fiscais enquanto o governo
de então se vangloriava de aumentar enormemente os impostos. Podem dizer o que
quiserem sobre este assunto, mas a mais básica, primária e pura das verdades é
que não é tolerável a existência de um Estado com dois pesos e duas medidas! Um,
que protege os afortunados que, a coberto dos decisores políticos, fazem mover
capitais em roda livre. Outro, que lança mão aos descamisados que, por duas
colheres de mel coado, encontram a sua vida impiedosamente arruinada pela roda
dentada do serviço de finanças.
Profissionais da indignação
Há 3 horas
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