Escola
primária. Não fez oito anos ainda. Às sete e meia, oito, levantar, arranjar, vestir,
pequeno-almoço, lavar os dentes, sair de casa. Na mochila pastas com papéis,
quatro livros de estudo e quatro livros de fichas, mais quatro cadernos, dois
estojos, muda de roupa, o ocasional brinquedo. Um pes(adel)o. Nas semanas dos
testes vai e vem tudo da escola para casa, de casa para a escola. Na mão, a
lancheira. Escola antes das nove. Português, matemática, estudo do meio,
inglês, ginástica, sala de estudo, pelo meio lanche da manhã, almoço, lanche da
tarde. Pelas três e meia, quatro, violino (duas vezes por semana), ballet (duas
vezes por semana) e os cavalos à quarta ou ao sábado. Seis e meia, às vezes
sete(!), chegar a casa, trabalhos de casa, banho, pijama, jantar, dentes, xixi,
cama… Aos fins-de-semana, mais trabalhos de casa e mais tantas outras falsas
obrigações. Depois, começa tudo de novo. Automatizamos as crianças, encarreiradas,
cumpridoras, competitivas. Entretanto, nas notícias, os concursos dos
professores, os rácios, os ratings, os índices, as taxas e tantas outras estéreis
quezílias de adultos, esquecendo-nos que, nessa coisa chamada “sistema educativo”,
o que realmente interessa são as crianças e o único indicador que nos deve
preocupar é o seu grau de felicidade.
Profissionais da indignação
Há 2 horas
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