Fixemos a
data. O dia em que a mais antiga democracia do mundo pediu, formalmente, a
saída do mais abrangente projecto de paz e concórdia da História. O abandono do
Reino Unido da União Europeia deixa a Europa num cruzamento onde apenas dois
caminhos se lhe apresentam: o seu fim ou a integração plena das instituições
europeias. Mas, qualquer avanço neste processo terá que, primeiro, atacar um
dos, talvez o mais grave de todos, cancros que corroem o interior do ideal
europeu – a distância profunda que hoje separa os cidadãos europeus da
realidade política da União. Acreditar numa verdadeira democracia europeia e na
reforma das suas instituições terá que começar aí. A escolha por um modelo de
governação que tenha como princípio base a proximidade entre eleitos e
eleitores, partindo, necessariamente, do plano regional. Uma Europa de regiões,
mais do que de estados, pode, no imediato, ser a única forma de salvar o sonho
de uma comunidade de paz, solidariedade, desenvolvimento económico e respeito pelos
povos. Uma federação de regiões poderá ser a única salvação para o ideal
europeu. E nessa nova Europa os Açores, pelo simbolismo da sua história e
relevância do seu posicionamento geoestratégico, terão necessariamente um papel
fundamental a desempenhar.
Profissionais da indignação
Há 3 horas
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