Na semana
passada a anormalmente rápida evolução de uma baixa pressão deu origem a ondas
de 13 metros que derramaram destruição no litoral da Madalena do Pico. Edifícios
públicos foram arrasados, investimentos privados foram arruinados, tudo isto independentemente
do número de likes que tinham no Facebook. Séculos de sedentarização tornaram-nos
analfabetos da natureza. Já não lhe reconhecemos os sinais. E, aqui no meio do
atlântico, à mercê dos elementos, nem a tecnologia nos salva da sua força. Furacões
raspam-nos a costa, tempestades inundam-nos as terras, que em torrente se
esvaem no mar, ondas gigantes assaltam-nos a vida. É como se todo o planeta
irrompesse numa febre de que somos nós o vírus causador. Hoje, é tão
indesmentível a realidade do aquecimento global como é impossível escapar-lhe
ou detê-lo. Serão necessárias gerações para sequer esperançarmos que o planeta
nos acolha de novo de forma benigna. Mas, se não começarmos já esse caminho de
regresso ao respeito pela natureza nunca conseguiremos esse desígnio de comunhão
com o futuro. Que sentido podemos encontrar nas nossas vidas quando é o próprio
planeta que morre diante dos nossos olhos hipnotizados pelos ecrãs dos
telemóveis?
Retomando a conversa
Há 15 horas
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